Ponto de vista!
AINDA SOBRE O TRABALHO PRECARIZADO VIA APLICATIVOS.
Nunca uma simples charge como a inserida acima respondeu a tão terríveis indagações quando o assunto são as relações de trabalho em época de precariedade como estamos enfrentando neste momento crucial no Brasil.
Digo tratar-se de indagações terríveis pois a pergunta que o personagem da charge faz ao entregador de comida vem eivada de malícia e disfarce, além de uma postura cínica, tal como o patronal e seus puxa-sacos dentro e fora da grande mídia imaginam e expressam quando confrontados diante da iminência de uma greve a ser realizada por trabalhadores precários como é o caso desse pessoal que presta serviço à sociedade via aplicativos. Condição de trabalho que pouco ou nada difere da escravidão.
Aliás, no período da escravidão odienta, e por ser o escravo um investimento e fundamental para produzir e gerar lucros, seu senhor tinha por obrigação alimentá-lo, cuidar dele nos seus adoecimentos, oferecer-lhe lugar para dormir ainda que essa dormida fosse a senzala fechada e este permanecesse o tempo todo vigiado.
Hoje, entretanto, o trabalhador precarizado mora nos cafundós do judas, onde lhe falta tudo e viver tornou-se uma tragédia, realiza por horas e horas seguidas, sem descanso, entrega de comida e outros apetrechos nas costas e em cima de uma motocicleta fumacenta e barulhenta e/ou mesmo bicicleta, desprovido de segurança e com todos os riscos que lhe são inerentes, sem gozar sequer do direito a uma alimentação minimamente decente e um tempo para o descanso.
Em regra, entre uma viagem e outra a maioria se alimenta de produtos baratos ultraprocessados tipos salgadinhos. Esta é uma das maiores contradições do nosso tempo que a sociedade e governos se mostram desinteressados em encontrar solução a esse grave problema.
A visão que lhe é passada de que o entregador de comida, o motorista de Uber, etc., é empreendedor não passa de uma grande farsa, uma mentira descabida, que visa mascarar a realidade e assegurar satisfação de uma sociedade consumidora e mesquinha, covarde, que olha apenas e tao-somente para o seu próprio umbigo, bem como para garantir lucros absurdos a uma elite perversa interessada em explorar à exaustão a classe trabalhadora, hoje fragmentada e desorganizada como classe social e, nesse caso específico, por estar nessa condição, permanece sem reconhecimento algum e, pior, desprovida de quaisquer direitos. #pelofimdaescala6x1 #VidaAlémDoTrabalho #chegadeescravidao #DireitosTrabalhistas #justicasocial #DemocraciaSemAnistia #tarcisiofascista #ForaBolsonaroeSuaQuadrilha
Professor Jose Raimundo, 9/4/2025.

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