No Brasil não está descartado um apagão de mão de obra e a culpa não é da geração Z

.




A verdade é que, tomando-se por base o que acontece no mercado de trabalho no Brasil, a chamada geração Z acordou cedo para a dura realidade em relação ao emprego.
Ela é diferente da geração dos seus pais e avós e não aceita empregos com condições salariais ruins, jornadas de trabalho extenuantes, além de gestões empresariais autoritárias nas quais não exista interlocução entre chefias e subordinados e tão somente ordem expressa de mando.
Os jovens querem ser ouvidos e reivindicam tempo livre que os empregos atuais quase não permitem.
Difícil nos dias de hoje a juventude aceitar por exemplo a escala 6x1 que é escravista. Está nesse sentido criado o impasse. A questão salarial possui um enorme peso nessa relação.
Cumpre ressaltar que a renda média oriunda do trabalho está baixíssima, desestimulante. No quarto trimestre de 2024, de acordo com o IBGE, essa foi de R$ 3.315,00. Porém, esse valor não reflete o salário de parcela considerável dos trabalhadores.
Mesmo na indústria os pisos salariais estão em sua maioria entre R$ 1.700,00 e R$ 2.200,00 brutos. Com os descontos os quais incluem transporte, refeição, convênio médico, INSS... Ao final do mês o resultado é irrisório.
O que explica o fato de muitos jovens abandonarem os empregos e passarem a trabalhar como uberistas e/ou entregadores de comida, entre outras atividades. Muitos sequer retornam à empresa para dar baixa na carteira profissional.
O que em parte explica o crescimento dos pedidos de seguro-desemprego, além do trabalho informal hoje em 39 milhões de ocupados, segundo o IBGE. Situação de empate em termos numéricos com os postos de trabalho de carteira assinada. Isso em um momento que o desemprego está em queda (6,2%).
Disse em parte porque tem outro fator pesando sobre essa questão que é alta rotatividade no emprego pelo fato das empresas demitirem trabalhadores com mais tempo de casa e salários mais altos para contratar outros novos recebendo o piso salarial da categoria de valor inferior ao dos demitidos.
Tem-se ainda por aqui veterinários, engenheiros, contabilistas, gente com formação superior inseridos em empregos fora da função para a qual foram formados.
Não se trata de um problema apenas do Japão, da China, etc. Talvez aqui esse problema seja igual ou até mais grave do que nesses países.
Sendo assim, e caso não ocorra uma mudança de rumo em toda essa relação, particularmente a salarial, em breve teremos no Brasil um grave e até prolongado apagão de mão de obra com sérias consequências para a economia e o país. #pelofimdajornada6x1 #DitaduraNuncaMais #classetrabalhadora #geracaoz #apagaodemaodeobra
J. R. O., 26/2/2025.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

FASCISMO NÃO SE DISCUTE, DAR-SE COMBATE!

Sobre a classe trabalhadora, seus adoecimentos e a luta organizada em prol de trabalho digno